sábado, 7 de março de 2015

A cidade da tua vida

Entrei pela cidade de tua vida
e lá percebi devaneios nas calçadas,
nas praças e nas conversas de ventos.
Senti teus perfumes convidando-me
para o acolhedor ventre dos jardins.
Tinha o primor do encanto
emaranhando ares e arredores.
A tua poética decorava os contornos
do meu pensamento,
enquanto eu passeava caudalosamente
pelas ruas e estradas de tua alma.
Meu coração ritmava na exatidão
da ternura inspirada pela esperança
que brotava naquele lugar.
Eu marejava meu corpo com
as águas dóceis dos rios, que teimavam
refletir a brandura de teu rosto
em todo percurso.
E eu continuava a caminhar, regido
pelo banhar do sol que me acarinhava
por aquelas terras tão fêmeas.
Me vi espalhado em teus braços,
observei meu retrato retinado
em teus olhos e rasguei minha voz
na altitude de tua boca.
Eu contemplava a magia da paisagem
e já não importava mais dizer adeus.
Queria ficar, me reconhecer, me recriar
dia após dia
nas vidas de tua cidade.
E por todas as imensidões do sempre,
queria que esta fosse a cidade
de minha vida.
(agosto 2007)

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