sábado, 7 de março de 2015

A poética das curvas


“Quando uma forma cria beleza, tem na beleza sua própria
justificativa”
- Oscar Niemeyer
É das curvas que se atreve a nudez
límpida da natureza.
Do traço formoso e grato ergue-se
o desenho das almas.
No esboço fino dos olhares vibra
o grito de cada chão.
É nas curvas que se permeia o frescor
da musa e do sonho.
Nas entranhas do universo cabe-se a
exata poética das formas.
Entre homens e certezas, vem a nobreza
compassada da criação.
É pelas curvas que se encontra a brandura
clássica das nuvens.
O vermelho sol renova-se nas arestas
loucas das grandes cidades.
Ao sentido da arte é aguçado o delírio
do belo nas esquinas.
Pois é no contorno cândido do detalhe
que se arquiteta a vida.
(novembro 2007)

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