sábado, 7 de março de 2015

A noite de um mar apaixonado

Azuis, espumas e só...
Eu sou o mar, teu mar,
o mar!
Venero-te mulher-menina,
ao colo de teu ventre,
por teu sumo nas
lágrimas dos teus pêlos:
és o meu Ômega.
De agitado, despedaço-me
na rocha que te sustenta.
Mas quem te deseja sou eu!
Sou eu... o mar!
O leito da lua sorrateira
reflete-se em mim e
contempla a penumbra da noite
por teu mistério. E tu,
tão plena de braços rijos,
carne tenra, alma e Afrodite,
sublimas o maldito vento.
Eu, feito de azuis, espumas
e só, explodo enciumado
em ondas cristais,
esmurrando meu corpo disforme
contra um inerte infinito.
E envolto por teus poros e encanto,
suplico-te em prantos:
- Vem para mim flora-menina!
Esmorece febril em meus enormes braços
e sê eterna comigo para toda
e qualquer imensidão
de minha silenciosa sinfonia.
(dezembro 2006)

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