sábado, 7 de março de 2015

Tolerância um


Larguem de mim,
pois que sou re-verso e basta!
Apontem línguas venosas cuspindo
o mundo que velam
e louvem hipócritas.
Suspirem medos fúteis,
intrigas fáceis.
Deixem-me no recolher de suas vistas
e mais nada.
Não quero a piedade farta
dos medíocres,
sequer a carência mórbida
dos fracos.
Quero o semear dos ventos
em meus braços,
um grito só a brotar
dos dedos,
uma esperança aflita que me
recria a cada luta.
Larguem de mim,
pois que sou deserto e basta!
Dono senhor do destino me faço
e ninguém tira seu curso
quando felicidade me espera
(incompleta, incerta)
no cume mais alto de minha
intragável tolerância.
(novembro 2009)

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