sábado, 7 de março de 2015

Memorial

A vida,
que caberia no meu bolso
em um lapso,
é um museu desbotado
de delírio.
Evoca minha infância de
discretas travessuras.
Desbrava a adolescência
de amores que não tive.
Enlaça palavras no sepulcro
tenso de minha memória.
Debaixo de olhos bem atentos,
solidões brindam o sonhado
desencanto do mundo.
Ilusões choram a grande espera
indivisível do tempo.
A vida,
que restaria nos meus dedos
em deserto,
é um pedaço amargurado
de lembrança.
A insensata lembrança que
desata a ferida incrédula
da eternidade.
(agosto 2008)

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