sábado, 7 de março de 2015

A confissão das horas

Inquiete o cantar do coração:
devassos são os dias.
Ponteiros dissolvem o tempo.
Virão em olhos teus constelações
a pulsar angústia densa tua lágrima.
Devore sonhos, mares pelos dedos
devotados do luar final ferido
esperar; nascer morrer fiel desejo.
Vozes brincam respirando solitude
em lírios brancos
nas folhas de artifício
por verdades insolúveis.
Segundos ensinam a fartura do mundo
cruel espaço vida em carne e fogo
queimam da garganta um vento oco
e carregam do destino teus pecados.
Estremeça o ranger da alvorada:
armadas são as horas.
E dizem da janela de teu ser
um espectro
um silêncio
um afago estampado nas paredes
de cada verso.
Felicidade que se entrelaça na
doçura breve de uma flauta.
(janeiro 2009)

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