sábado, 7 de março de 2015

Indigestão

Arde a manhã.
Fornadas espetam
o primeiro raiar.
Eis o pão,
alimento vivo
para formigas
humanas.
O café amargo invade
entre olhares, vidas,
sonhos e sonhos,
o orvalho doce e
indolor das incertezas.
Pois o dia ferve
e o dia pede pão.
Por silêncios e
sobrevivências,
corre o velho tempo
avesso às conversas,
que depressa se
esconde pelas frestas
das tristes bocas
de mármore.
Morre então a manhã
numa congestão de
pensamentos que se
perdem nos balcões
da padaria.
(janeiro 2007)

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