sábado, 7 de março de 2015

Soneto do estranho amor

Em cada porto hei de respirar
O teu perfume insone, estranha flor.
Raiz de mim, o vento, meu temor
Do sussurro que adula o frio mar.

Em todo sonho hei de oferecer
Os teus passos em lastros de euforia.
Espinhos de um sim que me existiria
Como dor velada ao pesar do ser.

Meu sempre rompe-se por um instante
Nas curvas exatas de meu espaço
Ao teu destino que me faz distante.

E torna a chuva esparsa num pedaço
De um encanto que me grita delirante.
Estranha flor: em amor me desfaço.
(maio 2006)

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