sábado, 7 de março de 2015

Requiem


Desejo tua mentira mais linda
encarnada entre dentes e sangue.
Quero teu vigor frio brincando
meus dedos em tormentos pesadelos.
Faço entardecer ventos tal qual
passado devorado em lembrança.
És assim como sombra e algo bruto
arrancando sentidos,
sorrindo meu gesto mais cruel
em vozes roucas,
passos breves.
Tua pele aconchega a agonia de
meu rosto
e assiste engenhosamente o tremor
seco de lábios.
Respiro o delírio infame de teu engano,
ancorando o rancor de lágrimas
em meu vago semblante.
Adormeço tua mentira mais linda
ao repousar rochedo em velhas dunas,
deserto de veleiros solidões,
fascínio de aflitas tempestades.
(dezembro 2009)

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